Do que uma planta precisa para sobreviver e se desenvolver no deserto?
Um caule bem desenvolvido na sua base para suportar ventos e, principalmente, armazenar muita água e nutrientes em locais muito áridos. A flor do deserto chamou a atenção do naturalista Isaac Bayley Balfoocer, no ano de 1886. Sua forma é tão exótica que não parece deste planeta.

De floração exuberante, a flor do deserto (Adenium obesum/Adenium arabicum), nativa do Sul da África e da Penísula Arábica, está ganhando o mundo e conquistando os amantes de plantas exóticas e bonsaístas.
A rosa do deserto é uma suculenta da família Apocynaceae que pode alcançar até 4 metros de altura, com um diâmetro de um metro e meio de largura. Quando em crescimento livre no solo e cultivada em clima adequado, tem um ótimo desenvolvimento em todos países de clima tropical.

Embora não seja uma planta com as características básicas para a criação de um bonsai, sua base (nebari), quando bem larga, lembra a estrutura de um baobá gigante. Os países em que elas são mais cultivadas hoje são: Tailandia, Vietnam, Taiwan e Indonesia.


Estrutura
Sua estrutura apresenta folhas dispostas em espiral e agrupadas nas pontas dos ramos. Elas são inteiras, coriáceas, simples, de forma elíptica e espatulada, verdes e com nervura central de cor creme. Raríssimas variedades apresentam variações, com folhas creme, salpicadas de verde. O florescimento ocorre basicamente na primavera, mas em algumas espécies as flores se formam também no verão e no outono. As flores são tubulares com cinco pétalas e lembram outras da mesma família como a alamanda, jasmim manga e espirradeira.

As cores são variadas, indo do branco ao vinho escuro, passando pelos diferentes tons de lilás e vermelho.

Modelagem
Há colecionadores e produtores que utilizam de algumas técnicas básicas de cultivo do bonsai como aramação, tencionamento dos galhos e enxertia para extruturar a sua forma.
A técnica de enxertia permite a produção de flores de cores diferentes em mesmas plantas e um aumento nas suas ramificações.


O replantio com troca de substrato deve ocorrer de 8 meses até 2 anos, dependendo do desenvolvimento e enraizamento da planta. A cada troca de substrato pode-se deixar mais larga e aparente a sua base de raízes, permitindo que, a cada ciclo, a planta tenha sua estrutura de base (nebari) mais exposta, valorizando a sua forma e dando o aspecto de um baobá bem velho.

Sua seiva é tóxica e devemos trabalhar sempre com luvas para não queimar as mãos ou ocasionar uma reação alérgica.
Hoje, rosas do deserto de espécies raras e com uma modelagem aprimorada, são muito valorizadas e alcançam altos preços no mercado mundial. A cada dia mais colecionadores e associações surgem em todo mundo. Mesmo em países de clima mais frio são cultivadas em estufas, para suportar o inverno, mas se tornam semi-deciduas. As rosas do deserto morrem em temperaturas inferiores aos 14˚ graus.

As podas na rosa do deserto devem ser cuidadosas e bem estudadas. Como é uma suculenta os cortes devem ser muito limpos para não criar deformidades e calosidades. Deve-se usar cicatrizante de boa qualidade para se obter um resultado bem natural, não observando na planta a intervenção do artista.

Adubação e solo
Como é uma planta de deserto, deve ser cultivada em sol pleno. Se for plantada em meia sombra deve receber um mínimo de 4 horas de sol indireto por dia ou não irá produzir flores. Deve-se ter o cuidado de não encharcar o solo e apenas regar a flor do deserto quando o substrato estiver bem seco.

O solo deve ser altamente drenoso, arenoso, rico em nitrogênio e fósforo. Devemos enriquecê-lo com matéria orgânica para ajudar no desenvolvimento do tronco e proporcionar uma bela floração.
Sua propagação se dá por sementes, já que necessita de polinização manual para sua reprodução, ou então deve-se adotar o método de mudas por estaquia.

O Adenium é uma escultura viva. Observar as formas exóticas que ele adquire no seu habitat é impressionante. A ilha de Sócotra é famosa por obter no seu ecossistema diversas espécies de sulculentas gigantes. Aqui no blog você pode ler uma matéria e olhar uma galeria de fotos sobre a ilha de Sócotra. Depois de concluir a matéria sobre a rosa do deserto, entre aqui no link e conheça o exótico mundo de Sócotra.
Abaixo fotos da ilha de Sócotra.

Nome Científico: Adenium obesum / Adenium arabicum
Sinonímia: Adenium coetaneum
Nome Popular: Rosa-do-deserto , Lírio-impala, Adenium
Família: Apocinaceae
Divisão: Angiospermae
Origem: Sul da África e Península Arábica
Ciclo de Vida: Perene

Entre na galeria ou veja o slideshow das Rosas do deserto modeladas e no seu ambiente natural:
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