Tenho o prazer aqui de divulgar nessa materia a revista do BONSAI, criada pelo grande mestre Bergson Vasconcelos. Temos que prestigiar essa iniciativa como amantes da arte do bonsai, paisagismo e natureza. Criar uma revista no Brasil com a qualidade que eu tenho observado, e muito difícil. Já tivemos no Brasil algumas revistas sobre Bonsai que acabaram se estinguido e é muito importante para o crescimento e divulgacão da arte que os apaixonados e iniciantes, possam conhecer os novos cultivadores, as novas espécies, os mestres que estão se destacando no cenário mundial, as técnicas inovadoras e muito mais. Parabéns amigo Berghson Vasconcelos por mais essa iniciativa, e espero que esta entrevista ajude na assinatura da revista Bonsai.
1- Bergson como surgiu à ideia de fazer a revista Bonsai?
Surgiu da necessidade de suprir uma lacuna na Arte Bonsai devido à ausência de uma publicação voltada aos amantes dessa arte e admiradores em geral. Por longos anos estivemos órfãos de uma publicação para nos manter informados e que pudesse servir como registro da história da Arte Bonsai em nosso País.
Desde cedo sou um contumaz devorador de revistas e especificamente as sobre bonsai sempre me encantaram (a partir do momento em que descobri essa arte apaixonante). A cada mês ia às bancas para adquirir as revistas. No entanto, aos poucos foram paradas as publicações. Lembro-me da boa sensação em poder ler e descobrir novidades, técnicas e pessoas voltadas ao bonsai em cada revista. E vi que era necessário poder voltar a dividir essa sensação com muitos e assim tive uma dose de coragem ou quem sabe de loucura (kkkkkkk) e resolvi publicar a REVISTA DO BONSAI.
Acredito que agora começamos a escrever um novo capítulo na Arte Bonsai, que temos um instrumento que poderá agregar todos em torno dessa arte.
Primeiro trabalho de 2016. Penjing “Escola de Kendo” proporção de 6X1. Bougainvillea em modelagem. Suiban criado em cimento e resina com 1.80 de comprimento por 1.20 de largura, 35cm de alturaLutadores e Kendo com 29cm de altura. Esse tronco de 47 anos foi derrubado por um temporal e enraizado com hormônio enraizador “Superdrive”.O Bougainvillea estava em um vaso pequeno para seu porte, agora ele vai poder se desenvolver bem com o tamanho do suiban que comporta 300 litros.
Pedras adicionais da composição da paisagem são seixos de rio naturais, o suiban foi feito na mesma textura e cor das pedras naturais. Peso aproximado do suiban 230 kilos.
Entre na galeria abaixo e veja mais fotos do trabalho:
Aqui em trabalho realizado com uma Eugenia sprenguelli, fou usada uma pedra jogada pelo mar de Itaipuaçu. O vaso é uma antiga bandeja redonda de cimento.
Aqui uma galeria de fotos com o Penjing “O escriba”
Espécie utilizada, Ficus retusa, plantado em lage de mármore. Figura em cerâmica chinesa com 8cm de altura.
Pedras utilizadas no conjunto, são seixos naturais.
As raízes que vão sendo emitidas perto do tronco eu vou trançando, aumentando o aspecto de longevidade do Bonsai, e dando uma beleza única, pois a emissão de raízes aéreas é uma das principais característica das muitas espécies de Ficus.
Elemento 2 – Pedra modelada em concreto celular com curvatura para se encaixar no vaso e no bonsai. A pedra foi modelada com uma retífica Dreamel usando uma ponta redonda de 2cm.
Elemento 3 – Figura de um monge Shaolin fazendo um Kati de Kung Fu com um Bagua Dao (Facão) . Figura em Cerâmica com 12cm de altura.
Quando achei essa figura de cerâmica em Brasília, tive a vontade de fazer um trabalho no estilo do filme “O Tigre e o Dragão”.
Elemento 4 – Bromélias “Rabo de lagartixa”
Elemento 5 e 6 – Pedras complementares feitas em concreto celular, já envelhecidas pelo tempo e humidade.
Montagem do trabalho:
Encaixe da pedra no vaso principal e no Bonsai.
Vaso já com a pedra no seu lugar.
Pedra com a figura de cerâmica na posição. Passei betume na base da Figura de cerâmica, para deixar a coloração igual ao do concreto celular.
Bromélia posicionada atrás do pé direito na fenda da pedra para dar profundidade.
Outra Bromélia foi posicionada em outra fenda a esquerda em primeiro plano. Essas fendas tem perfurações com tela, para segurar aterra e permitir o escoamento de água. Musgo colocado na superfície da terra faz o acabamento e ajuda a dar naturalidade e envelhecimento no trabalho.
Essa Eugênia ainda está em modelagem, sua copa vai ficar com patamares bem mais definidos.
Esse trabalho vai ser transferido em janeiro para um suiban de madeira onde será adicionado mais dois bonsais e 5 pedras.
Aido Bonsai a noite. Ao fundo Tokonoma com Buda, Boken e Guardiões.
Entre na galeria e veja mais detalhes do trabalho ” O Kati do Céu”
Ficus benjamina na pedra com raízes expostas. Ishitsuki.
Ficus benjamina, Pithecolobium thortum, Juniperu horiontalis em pedra modelada em concreto celular, ficus retusa em pedra modelada em concreto celular.
Trabalho “Um Artista de Fujiam” proporçnao 20×1.
Tokonoma com katana e boken de madeira.
Caliandra e Pithecolobium desfolhados no mês de Agosto.
Prateleira da entrada do espaço Aido Bonsai. Em primeiro plabo Hamamélis vermelha.
Sidarta Gautama o Buda. Tokonoma.
Entrada do Aido Bonsai.
Detalhes do Trabalho “Um Artista de Fujiam”.
Samurai, palavra do verbo “servir”. O Guerreiro é´forjado no fogo e no tempo, o bonsai é forjado no tempo e na paciência.
Katana
Aido Bonsai ” O caminho da Harmonia pelo Bonsai”
Penjing “As águas de Kioto” Montanha modelada em concreto celular. Tempo de envelhecimento e crescimento do musgo 6 anos. Bonsai de Pithecolobium thortum.
O penjing também é uma fonte com 3 quedas de água.
Floresta de Ficus aipim. Suiban construído em madeira maçaranduba com 170cm x 70cm.
Penjing ” A Montanha de Ouro ” Pithecolobium thortum com 15cm. Pedra maciça de granito.
Pithecolobium thortum em vaso modelado em concreto celular. Origem Yamadori.
Ficus benjamina.
Vaso e Tori modelados em concreto celular. Texturizado com Recubriplast. Trabalhos com Juniperus horzontalis.
Entre na galeria e veja mais fotos do espaço Aido Bonsai:
Marcelo Duprat é cordenador do curso de Belas Atrtes no Rio de Janeiro, na faculdade do Fundão. Marcelo é artista plástico e Bonsaísta com muita paixão. Sou um fâ do seu trabalho com penjing. Obrigado Marcelo.
Foto atualizada em 01/08/2013
Leia a matéria, com a música que é o som ambiente do meu espaço há 22 anos. “Cantos Naturais”
No último final de semana de Julho, tive o prazer de receber aqui no Aido Bonsai meu amigo e cunhado Marcelo Duprat. Ele veio reenvasar o bonsai que criou em 1996 com uma Eugenia sprenguelli. Ela faz parte do seu penjing intitulado ” A Eugenia do Lago”. Vou colocar aqui as fotos que tenho das etapas do trabalho. O Suiban, as rochas e o Bodinho, também foram modelados por Marcelo Duprat.
A Eugenia do Lago
1- Suiban criado em cimento, usando um molde todo feito em isopor. Marcelo gosta de construir seus vasos, para eles seguirem exatamente as proporções e caracteristicas que ele precisa.
Molde já com o cimento secando. Marcelo cortou um vidro e pintou de branco por baixo, ele é o lago. O vidro foi uma solução para evitar o acúmulo de limo e sujeira, que acontece muito rápido quando se usa o cimento para retenção de água.
O vidro ficou no mesmo nível do cimento, ficando totalmente integrado ao suiban.
2- Pedras feitas por Marcelo em Cimento. Elas farão a composição e divisão entre a terra e o Lago.
3- Marcelo Já tinha construído um suiban menor, na mesma forma para sua Eugênia. Com o seu crescimento ela saiu da proporção da bandeja inicial, Marcelo então colocou ela em um vaso redondo de barro, onde permaneceu por 2 anos, agora ela está voltando para um novo suiban contruído pela segunda vez especialmente para ela.
4- O Bonsai se desenvolveu bem, criando um bom número de raizes capilares e ainda ficou com uma copa bem densa e frondosa. Marcelo consegue com muito trabalho e paciência, uma coisa muito difícil nesta espécie, não deixar secar nenhum galho na estrutura da copa.
5- Inicio do trabalho, soltando as raízes capilares com Rachi. Nesta foto podemos observar a bela estrutura da copa desse bonsai.
6- Raízes bem longas em todo torraão.
7- Marcelo cortou 30 % do comprimento das raízes capilares.
8- Substrato: 40% caco de tijolo 40% terra negra 20% Condicionador de solo
9- Marcelo colocando a camada de base no suiban.
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10- Uma pedra já está posicionada, pois esta fica entre as raízes na parte de trás do bonsai.
11- Posicionando a árvore.
12- Árvore já com as pedras posicionadas, na divisão do lago.
13- Retirando alguns arames de modelagem.
14- Bonsai já com todo substrato colocado e acentado com rachi. O Penjing foi submergido em uma bacia com água, retirando todo ar e espaços entre as raízes.
15- Penjing visão frontal.
16- Penjing visão de traz.
16B- Lateral
17- Detalhe do Penjing. Bode modelado em durepoxi por Marcelo Duprat.
18- Fotos tiradas após a primeira poda de refinamento da copa.
Deixo aqui o meu agradecimento ao Marcelo Duprat, por dividir esse momento, e me dar a chance de fotografar as etapas desse trabalho tão cheio de detalhes. Estarei sempre adicionando mais fotografias deste trabalho.
Tutorial por Marcelo Duprat, com detalhes da construção do suibam.
Fiz uma “fôrma perdida” de isopor. A espessura da placa de isopor determina a altura dos pés que se quer. Desenha-se a forma na dimensão desejada, corta-se o contorno com faca alfa, e também os buracos, que, cheios de cimento, virarão os pés. Fiz também umas canaletas em “V” para formar longarinas por toda a extensão e assim dar mais resistência.
A borda foi feita com isopor mais fino e, por isso, flexível, de 3 mm. Inclui neste trabalho uma variação. A faixa de isopor, uma simples tira, foi cortada mais grossa (alta) na parte de trás e mais baixa na região do lago. Assim, na parte traseira, foi possível acumular mais substrato, sem perder, na visão frontal, o efeito de bandeja desejado. Tudo foi montado com cola tradicional de isopor.
Como o isopor de base, neste caso, tinha um centímetro de espessura (justamente a espessura que eu pretendia alcançar com o cimento), cortei uns círculos para resguardar os buracos de drenagem do suiban pronto, e, ao mesmo tempo, fornecerem uma referência de espessura na hora de aplicar o cimento.
obs: reparem no jornal sob a fôrma, importante detalhe para o cimento não colar na mesa.
Neste trabalho fiz o desenho em cartolina antes, e pedi para um vidraceiro cortar um vidro, de 3 mm, na forma da área onde pretendia deixar o “lago”. O vido foi pintado de branco no fundo, com tinta de parede. No outros suibans anteriores a este, sempre tive grande dificuldade em criar uma superfície lisa que fosse fácil de limpar. O vidro tem se mostrado uma ótima solução.
Fôrma preenchida com o cimento, ainda fresco. Utilizei cimento Mauá. Pretendo pintar de branco, mas preferi experimentar com cimento normal do que utilizar o cimento branco estrutural, pois este se mostrou mais frágil do que o cimento normal. Foi prepada uma liga forte de 1 parte de cimento para 3 de areia.
Suiban secando. Nesta foto com as pedras soltas, para conferir e sentir o espaço que vou ter para acomodar as raízes.
Leia a matéria, com a música que é o som ambiente do meu espaço há 22 anos.
Criei essa paisagem usando 4 elementos básicos:
1- Pedras que coletei em uma ressaca em 1995. Queria usar a rocha principal em uma bandeja que permitisse que ela ficasse deitada, pois ela tinha uma fenda em toda sua extensão e era bem sinuosa, produzindo uma linda profundidade.
2- Pithecolobium torthum
3- Bromélias
4- Suiban de cimento, pintado na cor negra. Essa base de cimento você pode comprar em qualquer floralia, ela vem sem perfurações para escoamento de água, com uma broca de aço para concreto fiz um total de 16 perfurações. Coloquei tela em toda sua extenção.
Abaixo as etapas de montagem do Penjing:
a) Base de caco de tijolo triturado em toda extensão da bandeja, para evitar retenção de água.
b) Camada de substrato: 40% pedrisco / 10% caco de tijolo / 30% terra negra / 20% condicionador de solo
c) Pithecolobium torthum colocado na posição escolhida.
d) Pedra principal na posição.
e) Pedra secundária na posição.
f) Bromelias e musgo já plantados.
Frente
Traz
Trabalho finalizado:
Frente
Costas
Outros ângulos e detalhes:
Posicionando algumas miniaturas, para olhar a proporção.
Entre na galeria e veja todas as fotos do trabalho:
Este trabalho teve sua construção em início em 1997. A fonte foi modelada com 5 blocos médios de concreto celular. A água circula de forma constante, impulsionada por uma bomba de aquário barlo 400. Ela fica escondida em um reservatório de água atrás da fonte. O volume de água que circula é de 5 litros.
Veja a matéria, com a música que é o som ambiente do meu espaço há 22 anos. “Cantos Naturais”
Para modelar o concreto celular eu uso Retífica Makita e Dreamel, com pontas de vários tamanhos. Para o acabamento eu uso lixas de várias gramaturas. Os blocos foram colados com liga para pisos de pedra e granito iberê. Pode se usar também cimento com uma liga bem forte sem problemas.
As pedras naturais, de médio e pequeno porte, eu escolho antes de modelar. Eu procuro seguir suas ranhuras, rachaduras, desenhos e texturas; a mistura de elementos deixa o trabalho mais natural
Foi usado como elemento principal da paisagem um Pithecolobium tortum modelado durante 5 anos. Suas raízes já estavam condicionadas ao volume de terra cavado no alto da paisagem.
Eu uso pequenas bromélias para compor a paisagem.
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