Ryogen – Kyoto Garden Japão
Muitos são os aspectos e as regras que envolvem a criação e filosofia de um jardim japonês. Por isso criei esta categoria aqui no blog e, aos poucos, irei acrescentando informações sobre cada elemento que compõe a sua estrutura e sua explicação estética e filosófica.
No projeto de um jardim zen, um dos elementos básicos na sua criação é não poder se observar o trabalho da mão humana, “do jardineiro”. O jardim tem que parecer um ecossistema intocado, como uma floresta com vegetação distante que nunca foi modificada pelo homem.
Templo de Kenji
Este conceito é muito útil aos bonsaístas, pois modelar uma árvore como se ela tivessse crescido no seu ambiente natural sem intervenção externa nenhuma, como aquela árvore que cresce isolada no meio do campo, harmoniosa em toda sua forma, é um dos objetivos de um bonsaistas.
Chineses já criavam jardins em ambientes fechados há 1700 anos atrás. Desenhos de bandejas grandes com pedras formando paisagens já eram encontradas em 700 a.C.
O homem sempre tentou reproduzir a natureza e trazer seus elementos para perto da sua casa.
O JARDIM DE PEDRAS “KARESANSUI”
No ocidente este estilo de jardim ficou conhecido com o nome de “Jardim Zen”. Os jardins de pedras são muito apreciados no Japão e são usados para meditação nos monastérios budistas e como decoração nas casas tradicionais. Neste estilo de jardim a areia branca representa o mar; as pedras são ilhas ou arquipélagos e representam a beleza das pequenas e altas montanhas. Esse estilo de jardim é frequentemente concebido de modo a imitar a varredura de uma vasta paisagem dentro de um espaço muito limitado.
A escolha das pedras é fundamental. Elas tem que ser colocadas em número ímpar e decrecesnte, e sua forma deve ser estudada. Pedras que serão colocadas próximas ou coladas devem se encaixar visualmente e devemos ter a sensação de que, como antigos continentes, elas se dividiram e se afastaram ao longo dos tempos. As pedras são divididas em cinco grupos constituídos de cinco, dois, três, dois e três pedras. As 15 pedras existentes no jardim estão espalhadas de maneira que o observador só possa ver 14 delas por vez a partir de qualquer ângulo em que se olhe.
Musgo pode ser colocado em volta das pedras acentuando a visualização de uma ilha com uma alta montanha. Com um ancinho de madeira, cuja distância entre os dentes pode variar de acordo com a gramatura da areia ou do cascalho utilizado, desenhos e formas são feitos em volta ou ao londo das pedras imitando o movimento da água.
Um dos mais belos jardins do Japão foi construido e idealizado por Muou Soseki (1275-1351), mestre que idealizou jardins zen para 74 templos no Japão.
À este famoso mestre zen, cujo nome verdadeiro era Muou Soseki, é creditado a construção de 66 jardins zens em templos em todo o Japão, entre eles os doss templo de Kamaura e Saihoji em Kyoto.
Entre na galeria ou veja o slideshow do Jardin Zen, com as incríveis fotos de Frantisek Staud:
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