Archive for the Bonsai – Matérias especiais Category

Um Artista de Fujiam – Penjing

Posted in Bonsai - Matérias especiais, Bonsai - Meus Trabalhos, Bonsai - Penjing e Yose ue with tags , on 21 d e novembro d e 2012 by aidobonsai

Leia a matéria, com a música que é o som ambiente do meu espaço há 22 anos. “Cantos Naturais”

Em junho deste ano comecei a criação de uma peça para compor as fotografias de mini Bonsais com tamanhos entre  4cm e 10cm de altura.  Pesquisando fotografias de lojas de artistas Chineses e de Taiwan, tive a idéia de fazer uma pequena loja Chinesa na proporção 20 x 1.

Me imaginei caminhando pelo interior da China e passando por um artista com uma loja na beira de uma estrada, onde além de bonsais, são vendidos vários produtos para uma população local.

Aqui o passo a passo do trabalho que chamei    “Um artista de Fujiam”

1- Para a confecção da base da loja usei apenas maçaranduba. Depois de tratada com Jimo cupim e betume, poderei deixar no tempo que não irá apodrecer.

2- O fundo da loja é uma peça maciça de 25cm x 30cm de altura.  Com um formão, entalhei na madeira da parede (fundo) a profundidade das tábuas corridas

3-  Aqui as duas primeiras fotos que tirei com alguns elementos para visualizar a proporção. Nesta foto ainda não tinha feito o chão, nem o telhado da loja.

4- O telhado, escolhi fazer de uma forma tradicional chinesa, eles usam bambu gigante. Escolhi um bambu bem reto na proporção 20 x 1 e cortei 50 telhas, para compor o telhado.

5- Para cortar eu uso uma serra tico tico miniatura da Dremel. Não pode se colocar força no corte, pois o bambu perde a casca e lasca com facilidade.

6- As telhas se encaixam intercaladas.

7- As telhas vão entrar sobre 3 vigas que irão sustentar todo telhado. As vigas já foram cortadas com a inclinação e caimento escolhidos.

8- As telhas serão sustentadas por 10 vigas de bambu que irão entrar unindo as traves.

9- As telhas vão sendo coladas uma a uma.

10- Aqui o telhado pronto, antes de invernizar.

11- Para o piso da loja uso uma madeira de 45cm x 35cm.  Faço os cortes horizontais, para imitar tábuas corridas,  uso retifica dreamel e formão.

12- As laterais são comidas com a retífica, para dar um aspecto de desgaste do tempo. Depois eu aumento os cortes, e dou mais sombra queimando com  pirógrafo.

13- Aqui já a base pronta, com uma mesa feita em maçaranduba.  A mesa tem 6cm x 6cm.

14- Aqui uma peça em metal que vai entrar no acabamento do telhado. A arquitetura Chinesa é muito cheia de detalhes, com muitos nichos e altares religiosos, eles são usados para proteção das casas e comércio.

15- Peça já colada  na sua posição final.

16- Fazendo uma pequena mesa de trabalho.

17- Mesa já com perfuração para os pés.

18- Mesa já colada.

19- Vassoura de limpeza. Tamanho 1cm, feita com pelo de pincel.

21- Mesa com elementos.

20- Primeira sessão de fotografias com mais elementos. Agosto / 2012

21- Segunda sessão de fotografias.  Agosto / 2012

22- Alguns elementos de cerâmica nas prateleiras da loja.  Aqui 4 peças dadas de presente pelo meu amigo Charles White. (pequenos templos e agricultor).

23- Quarta sessão de fotografias tiradas em Início de setembro / 2012

24- Fotografias com todos elementos.  Outubro / 2012.

25- O conjunto possui 159 elementos entre mini bonsais, vasos, ferramentas, lanternas, katanas, porcelanas, suisekis, panelas, etc…  Tudo na proporção 20 x 1.

26-  O conjunto todo da loja, fica guardado montado, mas sem os bonsais. Reservei um lugar em uma das bancadas onde ela se encaixa, quando chega alguma visita eu coloco os bonsais.  Ela pode ficar na chuva ? Pode sem problemas, o trabalho maior é limpar da poeira, cada vaso, cada ferramenta, quando fica ao ar livre por mais de 7 dias.

27- O que eu gostei no resultado final desse  trabalho, é que cada vez que eu monto a loja, ela fica completamente diferente.  Os elementos que não são fixos, mesas, vasos maiores, bonsais, o própio artista, podem ser deslocados, criando várias perspectivas diferentes nas fotos.

28- Sessão de fotos em 19 de setembro de 2012.  No fundo quadro pintado pela minha irmã a artista plástica, Deborah Netto.  O sol na borda do quadro é real, coloquei o conjunto na perspectiva e ângulo onde o sol se põe na minha casa, esperei ele morrer na borda da pintura e fotografei.

Últimas fotografias tiradas em 23 de agosto de 2013.  É muito bom ter deixado os elementos básicos da loja soltos, pois cada vez que eu monto a loja, ela fica completamente diferente , não tem como ficar igual.

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Estou sempre procurando elementos para a loja e variando o posicionamento deles na hora de fotografar. Mês passado meus amigos Fernando Ramos e Luiza Vieira me deram de presente miniaturas de estátuas, compradas no Vietnam, exatamente na proporção 20X1, um presente sem igual.

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Fotografias tiradas pelo meu irmão Nikolas Ramos.

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Entre na galeria e veja mais fotos do trabalho:  “Um Artista de Fujiam”

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Esculturas naturais

Posted in Bonsai - Matérias especiais, Fotografia - Galerias with tags , on 17 d e junho d e 2012 by aidobonsai

Sempre que  quero buscar inspiração para modelar ou olhar formas naturais para os bonsais, procuro fotografias de florestas e árvores antigas. Colocar uma música e olhar as fotos em slide show, me mostra porque árvores são esculturas  naturais

Entre na galeria e veja mais 90 fotografias de árvores incríveis:

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Fractais e Bonsai

Posted in Bonsai - Matérias especiais, Curiosidades with tags , , , , , , on 18 d e outubro d e 2011 by aidobonsai

Uma  jornada pela dimensão oculta.

Pode-se encontrá-lo nas florestas, nos avanços de pesquisas médicas, nos filmes e em todo o mundo da comunicação wireless. Um dos maiores segredos de designs da natureza. Ele tem um formato estranho sobre o qual não ouvimos nada, mas está em todo lugar à nossa volta. Esta forma é chamada fractal. 

Árvore representando um crescimento fractal.

Os fractais estão em toda biologia e é a estrutura que a seleção natural criou repetidamente na natureza. Os fractais estão em nossos pulmões, vasos sanguíneos, árvores, flores, montanhas, nuvens, galáxias, sistemas climáticos e até no ritmo do coração que é a essência da vida. A chave da geometria fractal  escapou a todos até que o seu descobridor, o matemático Benoit Manbelbrot, dissesse: “ Esta é a maneira de se olhar para as coisas que estão a nossa volta”.

Se você olha para a superfície vê complexidade, e parece, em um olhar superficial, não ser matemático. O que Mandelbrot disse foi: “pensar não no que se vê, mas no que foi necessário para criar o que está se vendo”. Na criação da natureza é necessária a repetição infinita e isso traz uma das características que definem um fractal, o que os matemáticos chamam de autossemelhança.

Antes de falar de Fractais e Bonsai, vou começar a matéria com um foco diferente, explicando como o fractal foi usado na minha área de trabalho, que é a direção de cena e o cinema.

Os Fractais e a computação gráfica no cinema.

Os mesmo princípio de design de fractais transformaram completamente a mágica dos efeitos especiais. Em 1978, na Boeing Aicraft em Seatle, engenheiros projetavam aviões e entre eles estava Loren Carpenter, hoje um dos diretores de animação da Pixar Animation Studios. Ele estava ajudando a visualizar como aviões ficam durante o voo usando computação gráfica na elaboração de paisagens 3D.

Ele queria colocar os aviões com montanhas no fundo, pois toda publicidade da Boeings tinha uma grande montanha atrás. Na época ele não tinha como, pois uma montanha têm milhões e milhões de pequenos triângulos ou polígonos, e eles já tinham problemas de cálculo usando apenas algumas centenas e não tendo um resultado natural no seu visual. Loren não queria fazer uma montanha qualquer, ele queria fazer uma paisagem pela qual aviões pudessem realmente voar. Mas não havia como fazer isso com as técnicas de animação existentes.

Mas Loren Carpenter encontrou, em 1978, um livro que mudaria sua vida, o trabalho publicado de Benoit Mandelbrot: “ Objetos Fractais, Formas, Acaso e Dimensão” . O livro tratava de formas fractais na natureza. Em seu livro, Manbelbrot dizia que muitas formas na natureza podem ser descritas matematicamente como fractais: uma palavra que ele inventou para definir formas que pareciam, denteadas e quebradas. Ele dizia que se pode criar um fractal pegando uma figura e partindo-a em pedaços, repetidas vezes. Carpenter decidiu que tentaria fazer isso em seu computador. Em 3 dias ele estava produzindo imagens de montanhas em seu computador. Ele estava usando a repetição infinita, o que os matemáticos chamam de interação, que é uma das chaves da geometria fractal. A superfície de uma montanha pode ser modelada num computador usando uma fractal: começamos com um triângulo no espaço 3D; acham-se os pontos centrais das 3 linhas que formam o triângulo e criam-se 4 novos triângulos a partir desse triângulo. Deslocam-se depois aleatoriamente esses pontos centrais para cima ou para baixo dentro de uma gama de valores estabelecidos. Vai-se repetindo o mesmo procedimento, mas fazendo os deslocamentos dos pontos centrais dentro de uma gama de valores que em cada interação é igual à metade da anterior.

Com os fractais Carpenter abriu a porta para um novo mundo de criação de imagens em computação gráfica e saiu da Boing para trabalhar na Lucasfilm onde, em vez de fazer montanhas, criou um novo planeta para o filme “Jornada nas estrelas II, A Ira de Khan”. Foi a primeira sequência criada por computador em um filme futurista.

Bonsai e os fractais na natureza.

Quando estamos modelando um bonsai após definir um estilo, buscamos na nossa lembrança  formas, texturas, padrões que tornem a estrutura do bonsai a representação em miniatura de uma árvore de grande porte. Para que um bonsai tenha as características de uma árvore milenar, muitas regras e conceitos tem que ser observados, e uma dessas regras são os fractais.

Abaixo um trabalho com Pithecolobium tortum. Procuro sempre buscar com a aramação as ondulações e bifucarções de forma natural. Esta é uma espécie que na restinga retorce muito seus galhos e os troncos. Na foto acima uma árvore de espécie diferente em silhueta, mas com o mesmo padrão de movimento. Você vai ver à frente que isto é uma característica fractal.

 Para cultivar um bonsai é necessário compreender como uma árvore cresce, como ela ao longo dos anos assume sua forma na naturza. O crescimento em espiral das folhas segue uma regra matemática. O crescimento e ramificações dos galhos também. Esses padrões que criam harmonia e beleza são os  fractais.

Clique em leia mais e siga lendo toda matéria sobre os fractais:

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Aido Bonsai em Outubro de chuva

Posted in Bonsai - Matérias especiais with tags , on 17 d e outubro d e 2011 by aidobonsai

Aido Bonsai em outubro de muita chuva.

Entre na galeria e veja mais 80 fotos do espaço Aido Bonsai:

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Tori – Uma passagem para o mundo espiritual.

Posted in Arte - Filosofia, Arte - Oriental várias, Bonsai - Matérias especiais, Fotografia - Japão with tags , , , , on 28 d e agosto d e 2011 by aidobonsai

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Foto de Tori em Hakone no Japão : Okinawa Soba (Flicker)

O Tori é um portal que representa para aquele que entra em um templo Xintoísta uma separação do mundo físico do espiritual. É construido de maneira tradicional em madeira de lei (Cedro, Momiji, Pinheiro negro, entre outras). Ele é formado por duas colunas que sustentam o céu e por vigas transversais que representam a terra; é um símbolo de muito poder e fé para os povos orientais.

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Na fotografia abaixo um Tori de um templo Xintoísta de 400 anos, misteriosamente intacto, mesmo estando no epicentro da explosão atômica de Hiroshima.

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Gostaria de dividir uma experiência que aconteceu em minha casa. Assim que eu me casei construi na entrada do meu ateliê “Aido Bonsai” um Tori nas especificacões japonesas.

a) Foi usado madeira de lei (maçaramduba) apenas encaixada.

b) O Tori não toca nada à sua volta, apenas plantas naturais.

c) Foi construído na medida menor permitida: 3 metros e meio de altura.

d) Ao seu lado e na sua frente, 4 guardiões (leões) guardam sua entrada.

e)  No centro atrás dele, olhando a entrada, está uma estátua de Buda.

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Em 1999, uma árvore típica da minha região (Batão) de 35 metros de altura, que ficava na frente do Tori, caiu em cima de todo o espaço dos bonsais. A árvore estava com uma parte grande da base de seu tronco podre e comida por formigas negras por dentro, de uma forma que não era possível observar nenhuma mudança no tronco na parte externa. O formigueiro tinha seu ninho no chão e entrou na árvores por debaixo da terra, pela raíz central.

Aido tori 1Numa tempestade um vento sudoeste derrubou a árvore. Eu acordei à noite com o estouro do tronco; a árvore caiu inteira, com sua copa de 100 metros quadrados em cima de todos os bonsais. Quando a foto foi batida nós já tínhamos tirado o tronco maior  que estava a direita do Tori impossibilitando a entrada pelo portão.

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Eu, às vezes aramando os meus bonsais, quebro alguns galhos mais frágeis. No dia seguinte, com ajuda do meu empregado, começamos a retirar a árvore pelo lado externo, quando tivemos espaço para entrar pelo Tori. Das 180 árvores que estavam dentro do espaço, parecia que elas tinham se encaixado entre os espaços dos galhos e troncos do batão. Eu não perdi um galho sequer de todos os bonsais. Mesmo estando na frente da árvore, o Tori não sofreu absolutamente nada.TORI 6

No santuário Xintoísta de “Itsukushimajinja” existe um Tori que é um reconhecido como um dos principais do Japão. Formado por 4 grandes troncos está situado dentro do mar. Em uma festa chamada “Kangenmatsuri”, quando a maré está mais alta, é levado numa procissão uma  árvore sagrada plantada no interior de um barco, este barco vai navegando desde a orla até atravessar o portal.

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Rosa do deserto – Adenium Obesum

Posted in Bonsai - Matérias especiais, Bonsai - Rosa do deserto with tags , , , , , , , on 6 d e novembro d e 2010 by aidobonsai

Do que uma planta precisa para sobreviver e se desenvolver no deserto?

Um caule bem desenvolvido na sua base para suportar ventos e, principalmente, armazenar muita água e nutrientes em locais muito áridos. A flor do deserto chamou a atenção do naturalista Isaac Bayley Balfoocer, no ano de 1886. Sua forma é tão exótica que não parece deste planeta.

De floração exuberante, a flor do deserto (Adenium obesum/Adenium arabicum), nativa do Sul da África e da Penísula Arábica, está ganhando o mundo e conquistando os amantes de plantas exóticas e bonsaístas.

A rosa do deserto é uma suculenta da família Apocynaceae que pode alcançar até 4 metros de altura, com um diâmetro de um metro e meio de largura. Quando em crescimento livre no solo e cultivada em clima adequado, tem um ótimo desenvolvimento em todos países de clima tropical.

Embora não seja uma planta com as características básicas para a criação de um bonsai, sua base (nebari), quando bem larga, lembra a estrutura de um baobá gigante. Os países em que elas são mais cultivadas hoje são: Tailandia, Vietnam, Taiwan e Indonesia.

Estrutura

Sua estrutura apresenta folhas dispostas em espiral e agrupadas nas pontas dos ramos. Elas são inteiras, coriáceas, simples, de forma elíptica e espatulada, verdes e com nervura central de cor creme. Raríssimas variedades apresentam variações, com folhas creme, salpicadas de verde. O florescimento ocorre basicamente na primavera, mas em algumas espécies as flores se formam também no verão e no outono. As flores são tubulares com cinco pétalas e lembram outras da mesma família como a alamanda, jasmim manga e espirradeira.

As cores são variadas, indo do branco ao vinho escuro, passando pelos diferentes tons de lilás e vermelho.

Modelagem

Há colecionadores e produtores que utilizam de algumas técnicas básicas de cultivo do bonsai como aramação, tencionamento dos galhos e enxertia para extruturar a sua forma.

A técnica de enxertia permite a produção de flores de cores diferentes em mesmas plantas e um aumento nas suas ramificações.

O replantio com troca de substrato deve ocorrer de 8 meses até 2 anos, dependendo do desenvolvimento e enraizamento da planta. A cada troca de substrato pode-se deixar mais larga e aparente a sua base de raízes, permitindo que, a cada ciclo, a planta tenha sua estrutura de base (nebari) mais exposta, valorizando a sua forma e dando o aspecto de um baobá bem velho.

Sua seiva é tóxica e devemos trabalhar sempre com luvas para não queimar as mãos ou ocasionar uma reação alérgica.

Hoje, rosas do deserto de espécies raras e com uma modelagem aprimorada, são muito valorizadas e alcançam altos preços no mercado mundial. A cada dia mais colecionadores e associações surgem em todo mundo. Mesmo em países de clima mais frio são cultivadas em estufas, para suportar o inverno, mas se tornam semi-deciduas. As rosas do deserto morrem em temperaturas inferiores aos 14˚ graus.

As podas na rosa do deserto devem ser cuidadosas e bem estudadas. Como é uma suculenta os cortes devem ser muito limpos para não criar deformidades e calosidades. Deve-se usar cicatrizante de boa qualidade para se obter um resultado bem natural, não observando na planta a intervenção do artista.

Adubação e solo

Como é uma planta de deserto, deve ser cultivada em sol pleno. Se for plantada em meia sombra deve receber um mínimo de 4 horas de sol indireto por dia ou não irá produzir flores. Deve-se ter o cuidado de não encharcar o solo e apenas regar a flor do deserto quando o substrato estiver bem seco.

O solo deve ser altamente drenoso, arenoso, rico em nitrogênio e fósforo. Devemos enriquecê-lo com matéria orgânica para ajudar no desenvolvimento do tronco e proporcionar uma bela floração.

Sua propagação se dá por sementes, já que necessita de polinização manual para sua reprodução, ou então deve-se adotar o método de mudas por estaquia.

O Adenium é uma escultura viva. Observar as formas exóticas que ele adquire no seu habitat é impressionante. A ilha de Sócotra é famosa por obter no seu ecossistema diversas espécies de sulculentas gigantes. Aqui no blog você pode ler uma matéria e olhar uma galeria de fotos sobre a ilha de Sócotra. Depois de concluir a matéria sobre a rosa do deserto, entre aqui no link e conheça o exótico mundo de Sócotra.

Abaixo fotos da ilha de Sócotra.

Nome Científico: Adenium obesum / Adenium arabicum

Sinonímia: Adenium coetaneum

Nome Popular: Rosa-do-deserto , Lírio-impala, Adenium

Família: Apocinaceae

Divisão: Angiospermae

Origem: Sul da África e Península Arábica

Ciclo de Vida: Perene

Entre na galeria ou veja o slideshow das Rosas do deserto modeladas e no seu ambiente natural:

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Projeto Bonsai na Praça – ABMT

Posted in Bonsai - Bonsaistas do Brasil, Bonsai - Matérias especiais with tags , , , , , on 28 d e outubro d e 2010 by aidobonsai

Quero destacar aqui a iniciativa da Associação Bonsai Mato Grosso, que criou mensalmente numa praça pública em Cuiabá, exposições e trabalhos conjuntos com bonsaistas da associação. Quem mais ganha é a população que e tem a oportunidade de conhecer mais sobre nossa arte. Todo mês os moradores locais e visitantes poderão andar nessa praça linda, e olhar verdadeiras obras de arte.

Parabéns a ABMT, isso é um exemplo a ser seguido em todo Brasil. Quando existir o teletransporte usado na Star Trek estarei aí todo mês com vocês!  Um abraço aqui do Rio de Janeiro.  Para saber mais sobre a ABTM: http://www.bonsaimt.com.br/

Com o intuito de divulgar a arte do bonsai no Estado de Mato Grosso e também divulgar os bonsaístas locais, nós da ABMT – Associação Bonsai Mato Grosso – buscamos sempre compartilhar os conhecimentos que adquirimos, ao decorrer do tempo, com o maior número de adeptos da arte, com os quais mantemos contato.

Com o intuito de expandir ainda mais esse número de amigos, foi criado o Projeto Bonsai na Praça, onde os associados da ABMT criaram a partir de então uma rotina mensal de reuniões públicas, abertas para toda a população.

Nessas reuniões públicas, além de visualizar uma exposição de bonsai, a população recebe informações e tira suas dúvidas sobre o desenvolvimento da arte bonsai, podendo observar nossos associados desenvolvendo vários trabalhos durante o período das reuniões na Praça do Bonsai.

As reuniões públicas acontecem no Bairro Boa Esperança, em Cuiabá, sempre no segundo domingo de cada mês. O horário das reuniões é das 14 às 18 horas.

Esperamos que, com esse projeto, consigamos fazer com que um número cada vez maior de adeptos da arte bonsai se conheçam e que, a partir desse momento, possam vir a criar laços de amizade entre sí, expandindo ainda mais nossa rede de amigos.

Fenômeno Rocambole – Roll Cloud

Posted in Bonsai - Matérias especiais with tags , , , , on 10 d e outubro d e 2009 by aidobonsai

Um fenômeno que pode ter causado a queda do avião da Air France.

Uma roll cloud (ou “nuvem rocambole”) é uma nuvem horizontal e com formato de tubo que se diferencia de todos os outros tipos de nuvens por ser uma rara ocorrência e por se formar fora da base da tempestade e de outras nuvens. O fenômeno aconteceu recentemente na Bacia de Campos, veja as fotos tiradas em 2 de julho pelo comandante Martim . Esse tipo de formação em grandes altitudes é muito perigosa para aviação pois a possibilidade de stall ( queda ) é muito grande.

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Fotos da formação Rocambole fora do Brasil.

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Para saber mais sobre o fenômeno entre no link: www.wikipedia.org/wiki/Roll_cloud

Wabi Sabi “A beleza na imperfeição”

Posted in Arte - Filosofia, Arte - Oriental várias, Bonsai - Matérias especiais with tags , , , on 11 d e setembro d e 2009 by aidobonsai

A beleza na imperfeição. ” A beleza do tempo”

Wabi Sabi é uma expressão japonesa usada para definir a harmonia visual que existe na imperfeição. Olhar e tentar observar tudo com simplicidade, naturalidade, e atenção à realidade que está a nossa volta.

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Varrendo um grande jardim:

Em uma linda noite, um dos maiores mestres da cerimônia do chá no Japão, Takeno Joo, recebeu em seu mosteiro um jovem chamado Sen no Rikyu, que bateu à sua porta querendo aprender os complicados rituais da cerimônia.

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Mestre Takeono Joo

Takeno abrigou o rapaz e pediu que, no dia seguinte pela manhã bem cedo, antes das orações, ele varresse o jardim externo do mosteiro, que era todo circundado de Momijis e cerejeiras em flor.

Pela manhã Rikyu, começou feliz seu trabalho e, ao final de algumas horas, o jardim estava completamente limpo e sem folhas. Olhou mais uma vez e, antes de chamar o seu mestre, checou cada centímetro de areia e pedras para ver se estavam completamente limpas.

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Sen no Rikyu

Sen Rikyu se dirigiu para uma árvore central do jardim e sacudiu um de seus galhos e algumas flores caíram no areia e nas pedras do jardim. Ele retornou e falou para seu mestre que, agora sim, estava tudo em harmonia. O mestre Takeono sorriu e, daquele dia em diante, Sen Rikyu se tornou um dos seus melhores alunos do mosteiro e se tornaria, com o tempo, um dos maiores e mais revolucionários mestres da cerimônia do chá no Japão.

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A cultura Zen e Taoísta mostra que a ação do homem tem que ser leve e harmoniosa quando lida com a natureza e com o que está à sua volta. Não devemos interferir de maneira que se perca a essência da vida: nascimento, amadurecimento e morte são um ciclo e devem ser respeitados. Devemos enxergar e admirar aquilo que o tempo desgasta e toca com suas mãos.

Ter uma visão Wabi Sabi é ter um olhar melancólico, sabendo que á vida é feita de várias etapas passageiras, e o pensamento Budista retrata bem esse sentimento.

“Todas as coisas são impermanentes. Todas as coisas são imperfeitas. Todas as coisas são incompletas”.

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Wabi Sabi e o Bonsai

Podemos entender e aplicar esse conceito ao nosso trabalho na criação de Bonsai, principalmente observando a beleza das árvores que nos inspiram a fazer os estilos de madeira exposta e arrastada. As árvores à beira mar com seus galhos retorcidos e polidos pelo vento, que perdem seu ápice ou uma braça de tronco pela ação de um raio, perdem sua beleza? Não, ficam na minha opinião mais bonitas! Isso é Wabi Sabi.

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Às vezes perdemos por acidente um galho importante na estética de um estilo escolhido para um bonsai. Já aconteceu comigo de um tronco central rachar ao meio depois da queda de um grande e pesado galho com o vento sudoeste. Às vezes uma broca escondida abre um buraco interior no tronco, um galho seca pela aramação, aí uma nova direção estética tem que ser tomada, e uma mudança é forçada no estilo do trabalho, e essa nova direção pode trazer uma beleza diferente para nossos olhos.

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As características materiais de wabi-sabi são:

Sugestão de processo natural

Irregular

Antigo

Intimista

Despretencioso

Terreno

Simples

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Comentário sobre o conceito  “Wabi Sabi de Marcelo Duptat”, professor de pintura e cordenador do curso de belas artes da UFRJ e maravilhoso Bonsaísta:

O professor de desenho Nelson Macedo, tem uma metáfora simples e esclarecedora que se aplica a atitude que temos diante de todo o visível. Diz ele que quando olhamos um prédio moderno, de vidro e aço, vemos primeiro o todo. Sua forma é pregnante. Mas olhando uma ruína o olhar vagueia. Vai a cada pedacinho, identificando cada acidente. Logo reconhece a ação do tempo, verdadeira história impressa e gravada no corpo da construção.
O mesmo se aplica a uma quadro ou bonsai. São formas que muito podem expor sua história, sua idade, o quanto mudaram. Conseqüentemente reconhecemos uma existência, que é, uma vida.
Sua resistência ao tempo, como logo imaginamos, pode ser desastrosa ou ter alguma dignidade. Afinal há muitos modos de envelhecer, não é mesmo? O tempo pode ser um inimigo e carrasco, cedo ou tarde ele sempre o é. Mas, enquanto se está em harmonia com ele, o sublime gestor da vida e da maturidade. Pequena muda se transforma em frondosa árvore.
Digo isso porque a palavra “imperfeição”, no titulo “a beleza da imperfeição”, não parece perfeita. “A beleza do tempo”, para nós ocidentais, apesar de ficar estranho, seria mais apropriado.

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A equação Áurea de Fibonacci

Posted in Arte - Filosofia, Bonsai - Matérias especiais with tags , , , , , , on 6 d e setembro d e 2009 by aidobonsai

Uma viajem pela equação Áurea de Fibonacci.

A harmonia da solidão.

Ao olhar uma árvore isolada, em um ambiente em que o seu crescimento não tenha tido nenhuma interferência climática extrema, podemos observar a harmonia de seu movimento e a beleza da sua forma.

árvore isolada.

Os estilos de bonsai retratam todas as formas e estéticas  que as árvores apresentam ao se adaptar à natureza, clima, vento, altitude, temperatura e solo.Os estilos Hokidashi (vassoura), Chokan (ereto formal) e Moyogi (ereto informal) retratam bem essa harmonia.  A solidão de uma árvore num campo aberto traz uma beleza singular; suas formas são leves e simétricas, seu crescimento em todas as direções seguem regras fractais de forma, que podem ser observadas em toda natureza, em um coral, numa semente de girassol,  no movimento de uma onda, na formação geológica de cristais de rocha, na teia de aranha, nos flocos de neve, ou na rotação de uma gigantesca galáxia.

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A equação áurea de Leonardo Pisani

O crescimento de uma planta, assim como tudo na natureza, segue uma regra matemática, que foi primeiramente estudada por Leonardo de Pisa, conhecido como Fibonacci. Esta lei é conhecida como “Equação áurea” ou “Retângulo áureo”.

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Retângulo áureo de Fibonacci

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Estrutura do movimento em espiral do Nautilus.

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Leonardo Pisani também conhecido como Fibonacci.

Um dos maiores gênios do cinema, o diretor  Stanley Kubrick, imortalizou o retângulo áureo em seu filme “2001 uma Odisséia no espaço”, escolhendo como a forma que se manifesta nas etapas do conhecimento e evolução do homem. A famosa cena do aparecimento do monolito antes do momento em que os macacos usam o osso de um animal morto como ferramenta, e o osso sendo lançado ao céu se transformando em uma estação espacial, é uma das cenas mais poéticas do cinema.

Cena do filme 2001 uma Odisséia no Espaço.

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Cena do filme 2001 uma Odisséia no Espaço.

O olho humano pode não notar, mas o crescimento de uma planta segue esta regra, seguindo um padrão de crescimento em espiral, como a espiral formada por uma grande furacão ou por um feto dentro do corpo da mãe.

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Furacão observado por satélite.

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Estrutura do movimento espiral de crescimento.

Uma planta em particular, mostra os números da sucessão de Fibonacci nos seus “pontos de crescimento”. Quando a planta tem um novo rebento, leva dois meses a crescer até que as ramificações fiquem sufecientemente fortes. Se a planta ramifica todos os meses, depois disso, no ponto de ramificação, obtemos uma figura semelhante à de baixo:

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Crescimento vegetativo.

Os arranjos das folhas de algumas plantas em torno do caule são números de Fibonacci. Com este arranjo, todas as folhas conseguem apanhar os raios solares de igual forma. Quando chove, o escoamento da água torna-se também mais fácil.Na figura abaixo, podemos contar as folhas, seguindo-as pela ordem que aparecem, até encontrar uma folha exactamente na vertical da primeira.

Na planta do topo contamos três rotações no sentido dos ponteiros do relógio, antes de encontrarmos a folha na mesma direcção da primeira. Passamos por cinco folhas, até que isso aconteça. Se contarmos no sentido contrário aos ponteiros do relógio, precisamos de duas rotações. Os algarismos 2, 3 e 5 são como vimos, números da sucessão de Fibonacci. Podemos escrever então 3\5 de volta por folha.

Na outra planta, para encontrarmos a folha na mesma direcção da primeira tem de se fazer cinco rotações no sentido dos ponteiros do relógio . Passamos por oito folhas até que isso aconteça. Se contarmos no sentido contrário aos ponteiros do relógio, precisamos de três rotações. Os algarismos 3, 5 e 8 são como vimos, números da sucessão de Fibonacci. De igual modo podemos escrever 5\8 de volta por folha.

Podemos agora ver alguns exemplos de plantas em que isto acontece:

1\2 olmo, tília, limeira

1\3 faia, aveleira, amora silvestre

2\5 carvalho, cerejeira, macieira, azevinho, ameixieira, cardo-morto

3\8 choupo, álamo, roseira, pereira, salgueiro

5\13 amendoeira

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Espirais de crescimento vegetativo.

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Movimento em espiral de uma galáxia.

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Via Lactea

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Uma gigantesca onda forma matematicamente com precisão os números de ouro.

Meu interesse pela equação áurea é mais antiga do que a paixão pelos bonsais; desde pequeno as conchas e caramujos jogados pelo mar de Itaipuaçu chamaram a minha atenção e comecei a colecioná-los aos 8 anos de idade, após ganhar um livro de classificação de espécies do meu amado bisavô e padrinho,  Herbert Alfred Lepper. Hoje tenho 18.000 espécies diferentes de todo mundo e mais de 45.000 conchas e caramujos.

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Nautilus, esse Cephalopode é capaz de descer há 1000 metros de profundidade, mesmo possuíndo menos de 2 milímetros de espessura nas paredes externas de sua concha. Ele foi a base para o estudo e desenvolvimento do sistema de lastro nos submarinos. Através de câmaras ocas em seu interior, que se enchem de água através do bombeamento que é feito pelo seu corpo. Julio Verne deu o nome de Nautilus ao submarino de 20.000 léguas submarinas em sua homenagem. Um dos maiores submarinos nucleares americanos também recebeu seu nome.

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